terça-feira, 3 de abril de 2012

Mercado das Cervejas Premium e Super Premium no Brasil

Basta uma rápida pesquisa na internet com as palvras "cervejas, premium e superpremium" que são várias as publicações em jornais on line e blogs que aparecem. Abaixo, duas compilações, com as fontes devidamente registradas, para nos situar melhor sobre essa revolução cervejeira pela qual o Brasil passa. Tive a curiosidade de não postar publicações de blogs cervejeiros, assim, temos uma visão de quem não é do meio.

Importação de cerveja dobra com mercado premium

Fonte: Diário Inteligência Competitiva e Gestão Estratégica - por Alfredo Passos em 19/02/2012

Holandesas, alemãs, argentinas, uruguaias, belgas… Com a ajuda do câmbio, o Brasil duplicou as importações de cervejas em 2011.

Entraram no país 44,4 milhões de litros, aumento de 101% em relação a 2010. Em receita, a expansão foi de 118%, para US$ 40,6 milhões (cerca de R$ 70 milhões).

Os dados, do Ministério do Desenvolvimento, consideram o segmento de cervejas especiais (“superpremium”) e premium importadas pelas indústrias -diferenciadas, mas ainda voltadas ao consumo de massa.

A Holanda, terra natal da Heineken, é responsável por 47% do volume. Apesar de produzir a marca em Jacareí (SP), o aumento da demanda fez a companhia importar.

“Para aproveitar oportunidades de mercado, importamos em algumas ocasiões”, diz Bernardo Spielmann, gerente de marcas premium da Heineken no Brasil.

Além das “emergências”, a Heineken importa, regularmente, embalagens diferenciadas, como o barril de 5 litros. Em Jacareí, produz long neck, lata e garrafa de 600 ml.

Para suprir a demanda com produção local, a empresa estuda produzir Heineken em outras fábricas -no total, são oito no país, das quais saem outras marcas- ou construir uma nova unidade.

“Vamos buscar local para uma nova fábrica”, diz Isidro Neto, diretor de logística da unidade de Jacareí.

Em 2011, o volume de vendas da Heineken no Brasil cresceu 87%. A participação de mercado, porém, avançou pouco, de 8,5% em janeiro para 8,7% em dezembro.

A expansão da empresa demora a refletir nos dados gerais porque o segmento premium ainda representa pouco do total, em torno de 5%. O superpremium é 1%.

Em outros mercados, como EUA e Europa, as cervejas premium representam de 15% a 20% do total, enquanto as especiais ficam com 4%.

SUPERPREMIUM

Apesar de a maior parte das cervejas importadas ser comercial -como a Heineken e a Norteña, da Ambev, o segmento superpremium é o que mais cresce no país.

Em 2011, as vendas subiram 20%, ante 3% do mercado em geral, segundo o consultor Adalberto Viviani. “Com a classe C consumindo as marcas líderes, as classes A e B buscam diferenciação.”

Segundo estimativas conservadoras, o mercado premium deve duplicar em dez anos. Viviani arrisca dizer que, em cinco, o Brasil terá perfil de mercado maduro.

O país dá mostras de que está a caminho. É hoje o décimo importador da alemã Erdinger e o nono comprador da holandesa La Trappe, segundo Marcelo Stein, diretor da importadora Bier & Wein.

Para Stein, a busca por cervejas especiais no autosserviço, como mercados e empórios, prova que o brasileiro abraçou a cultura cervejeira.

Segundo ele, há dez anos o autosserviço representava 10% das vendas da Bier & Wein. Hoje, a fatia é de 45%.

“Montamos uma estratégia para esse mercado a partir da demanda de clientes, que procuravam cervejas provadas em viagens”, diz Robson Grespan, responsável por importações do Pão de Açúcar.

Em um ano, o grupo duplicou o número de rótulos especiais nas gôndolas, hoje em 120. O crescimento das vendas, já em 2012, é de 90%.

Fontes: TATIANA FREITAS. Colaborou MARIANA BARBOSA, Folha de S.Paulo – Mercado, 19/2/2012


O mercado para cervejas premium e super premium

Fonte: D. D. Consultoria de Negócios em 26/10/2011

O mercado mundial de cervejas é tão variado e sofisticado quanto o de vinhos. Entretanto, enquanto o vinho tem status de produto nobre, com todo um ritual associado a ele, a cerveja só goza de mesmo status nos países desenvolvidos. No Brasil, é historicamente um produto barato, de consumo popular e que é bebido de forma totalmente descompromissada.

Essa realidade vem mudando nos últimos 10 anos. Hoje, o mercado de cervejas premium (as Bohemias e Heinekens) ou as super premium (cervejas artesanais e especiais importadas de pequenas cervejarias) crescem a uma taxa que ninguém consegue precisar mas que deve estar na casa dos dois dígitos. O fato é que o segmento premium já representa 5% do volume total vendido e o super premium fica por volta de 0,5%. Considerando que a produção total brasileira é de 12,5 bilhões de litros, o mercado das cervejas premium e super premium representa nada desprezíveis 700 milhões de litros.

As grandes cervejarias (Ambev, Schincariol e Heineken) representam boa parte da oferta de cervejas premium e entraram com força na super premium. A Inbev, controladora da Ambev, possui mais de 200 rótulos de cerveja em todo o mundo e aos poucos vai trazendo para o país novos produtos que vão desde as populares BudWeiser e Norteña (aqui ainda consideradas premium) até as mais sofisticadas Stella Artois, Leffe, Hoegaarden e Franziskaner. A Schincariol, por ser de capital nacional, optou por uma agressiva estratégia de aquisição de cervejarias artesanais (Baden-Baden, Devassa, Eisenbahn), mantendo os rótulos e estilos originais e agregando marketing e distribuição. A Heineken vai pelo mesmo caminho da Ambev. Seus rótulos são, em sua larga maioria, considerados super premium no Brasil (Amsteel, Birra Moretti, Sol, Dos Equis, e muitas outras).

Este blog é de opinião que o mercado de cervejas premium e super premium continuará crescendo a taxas elevadas à medida em que o paladar brasileiro se habituar aos mais de 80* estilos diferentes de cerveja existentes no mundo, desde as convencionais lager pilsen até as exóticas Lambics, Abbey Dubbel, Bière-de-Garde ou Trapistas. O próprio grupo que controla a D.D Consultoria tem interesses no mercado varejista de alimentos e bebidas e procura por oportunidades associadas a cervejas especiais

Para maiores informações gastronômicas sobre cervejas especiais, consulte o blog: http://worldbeer2.blogspot.com/ 

* Nota: na verdade, são em torno de 150 estilos de cervejas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário